20/09/2024
O medo do escuro é uma fase comum no desenvolvimento infantil, mas quando essa insegurança se torna intensa e persistente, pode evoluir para a nictofobia, uma fobia específica que causa ansiedade e pânico em crianças. A nictofobia vai além de um simples desconforto com a falta de luz, sendo um transtorno que gera reações desproporcionais e sofrimento significativo. Esse comportamento pode ser desencadeado por experiências traumáticas, influências culturais ou até pelo ambiente familiar, sendo essencial que pais e educadores saibam como identificar e lidar com o problema.
O medo do escuro é natural em crianças pequenas, pois elas estão em uma fase de desenvolvimento da imaginação e podem sentir insegurança na ausência de luz. Esse medo geralmente surge por volta dos três anos e tende a diminuir até os sete. No entanto, a nictofobia é mais grave: provoca sintomas físicos como palpitações, tremores e sudorese, e leva a comportamentos de evitação, como recusar-se a dormir em um quarto escuro ou precisar de luzes acesas para se sentir segura.
Segundo Carlos Ortencio, diretor pedagógico do Colégio João Paulo I, de São Paulo, “reconhecer a diferença entre medo e fobia é fundamental para oferecer o suporte adequado à criança. É preciso tratar a fobia com respeito, evitando punições ou forçá-la a encarar o escuro sem uma abordagem gradual”.
Para identificar se a criança está lidando com uma fobia, é importante observar sinais como choro ao ser deixada no escuro, dificuldades para dormir sozinha e medo de ir para a cama sem companhia. Relatos de sensações físicas, como dificuldade para respirar e pânico ao ficar em ambientes escuros, também são indicadores importantes. A comunicação aberta é essencial; conversar com a criança sobre o que ela sente sem julgamentos ajuda a entender melhor a intensidade de seu medo.
Superar a nictofobia requer paciência e empatia. Uma das abordagens mais eficazes é criar uma transição gradual entre luz e escuridão, como usar uma luz noturna ou deixar a porta entreaberta com luz de um corredor. Isso ajuda a criança a se sentir segura e reduz a ansiedade sem confrontos diretos. Atividades simples, como ler com uma lâmpada de baixa intensidade, também podem ajudar a criança a se acostumar com ambientes menos iluminados.
Carlos Ortencio reforça: “Incorporar pequenas ações que reduzam gradualmente o medo do escuro pode fazer toda a diferença. É importante que a criança se sinta amparada e confiante nesse processo”. Se a fobia persiste e afeta a rotina da criança, buscar apoio psicológico é fundamental. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das opções mais indicadas, pois ajuda a reestruturar os pensamentos e comportamentos associados ao medo. O importante é lembrar que, com apoio adequado, as crianças podem superar esses desafios emocionais, levando a uma infância mais tranquila e segura.
Para saber mais sobre fobia, visite https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2021/08/o-que-e-nictofobia-5-pontos-para-entender-o-medo-do-escuro.html e https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2013/09/seu-filho-tem-medo-do-escuro.html