18/09/2024
A seletividade alimentar é um comportamento comum em crianças, caracterizado pela recusa e resistência a experimentar novos alimentos. Esse padrão alimentar restrito pode começar na fase pré-escolar e, em alguns casos, estender-se até a adolescência, afetando a nutrição, o desenvolvimento social e o bem-estar emocional da criança. Identificar os sinais desse comportamento e adotar estratégias adequadas são passos fundamentais para ajudar a criança a ampliar seu repertório alimentar.
Crianças seletivas costumam apresentar uma preferência exagerada por determinados alimentos, recusando-se a experimentar novas opções. Muitas vezes, essa resistência manifesta-se em birras à mesa, recusas e até reações físicas como náuseas quando são pressionadas a comer algo diferente. Carlos Ortencio, diretor pedagógico do Colégio João Paulo I, em São Paulo, alerta: "É importante que pais e educadores compreendam que a seletividade alimentar vai além de uma simples birra. É um problema que pode impactar o desenvolvimento físico e social da criança".
A seletividade alimentar afeta a nutrição e também o aspecto social da alimentação. Crianças seletivas podem evitar eventos que envolvam comida, como festas de aniversário ou passeios escolares, por medo de enfrentar alimentos desconhecidos. Esse comportamento, quando não tratado, pode prejudicar a saúde emocional da criança, dificultando sua interação com o grupo e gerando sentimentos de isolamento.
Entre as causas mais comuns da seletividade alimentar estão fatores genéticos, experiências sensoriais negativas e o histórico de saúde da criança. Por exemplo, crianças que passaram por episódios de refluxo ou desconforto digestivo podem desenvolver uma aversão a certos alimentos, associando-os a experiências dolorosas. A sensibilidade a texturas, sabores e cheiros também desempenha um papel significativo, fazendo com que algumas crianças sejam mais propensas a recusar novos alimentos.
A falta de variedade alimentar pode trazer consequências sérias para a saúde infantil, como deficiências de vitaminas e minerais essenciais. Sem a ingestão adequada de nutrientes como ferro, cálcio e vitaminas do complexo B, o crescimento e o desenvolvimento cognitivo da criança podem ser prejudicados. Além disso, o sistema imunológico pode ser enfraquecido, aumentando a vulnerabilidade a doenças.
O tratamento da seletividade alimentar envolve uma abordagem multidisciplinar, com o apoio de profissionais como nutricionistas, psicólogos e pediatras. Criar um ambiente positivo durante as refeições é uma das estratégias mais eficazes. Manter uma rotina alimentar consistente e envolver a criança na escolha e preparo dos alimentos também pode despertar seu interesse em experimentar novos sabores. Como destaca Carlos Ortencio, “o envolvimento da criança no processo alimentar, desde a escolha até o preparo, pode transformar a hora da refeição em uma experiência mais agradável e menos desafiadora”.
A seletividade alimentar é um desafio que, com paciência e orientação adequada, pode ser superado. O apoio de uma equipe profissional e o estímulo constante em casa são fundamentais para ajudar a criança a desenvolver uma relação saudável com a comida, garantindo seu crescimento equilibrado e uma convivência social mais plena.
Para saber mais sobre Seletividade alimentar, visite https://www.educarenutrir.com.br/blog/16/seletividade-alimentar-na-infancia-como-tratar e https://www.ipgs.com.br/seletividade-e-neofobia-alimentar-na-infancia/