21/04/2025
Durante as aulas, o uso contínuo do celular compromete diretamente a concentração e a produtividade dos alunos. O excesso de estímulos visuais e sonoros que os dispositivos proporcionam dificulta a assimilação dos conteúdos e interfere até mesmo nas relações interpessoais dentro do ambiente escolar. Esse cenário tem motivado mudanças na legislação, como a recente Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos nas instituições de ensino durante todo o período letivo.
A decisão de limitar o acesso aos dispositivos não surgiu de forma isolada. Diversos estudos têm apontado prejuízos à aprendizagem e à saúde mental de crianças e adolescentes que usam o celular sem moderação. Uma pesquisa internacional do PISA revelou que estudantes que passam mais de cinco horas por dia no celular apresentaram desempenho significativamente mais baixo em matemática. Já estudos nacionais destacam um aumento de sintomas depressivos e transtornos de atenção ligados à exposição prolongada às telas.
“As evidências nos mostram que o celular, quando utilizado sem propósito pedagógico, se torna um obstáculo ao aprendizado e à convivência saudável entre os alunos”, destaca Rosimeire Leme, diretora pedagógica do Colégio João Paulo I, de São Paulo.
Apesar da proibição parecer, em um primeiro momento, uma medida rígida, ela representa um passo importante na reestruturação da rotina escolar. Além de proteger o foco dos estudantes, a retirada do celular durante os intervalos, por exemplo, favorece a convivência, as brincadeiras e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais como empatia, escuta e colaboração.
No entanto, especialistas alertam que simplesmente proibir o uso não é suficiente. A escola precisa contar com o apoio das famílias para que os estudantes aprendam, também em casa, a utilizar a tecnologia de forma equilibrada. Estabelecer limites de tempo para o uso de dispositivos, promover momentos de desconexão e propor atividades presenciais são atitudes que ajudam a cultivar uma relação mais saudável com os aparelhos.
Outro desafio está em preparar os professores para um novo cenário. Em muitos contextos, a tecnologia pode e deve ser aliada da aprendizagem — desde que haja uma intencionalidade pedagógica. Por isso, mais do que excluir o celular da sala de aula, o debate atual convida educadores e famílias a refletirem sobre o momento e a forma de seu uso.
Mais do que restringir o aparelho em si, a proposta da nova lei busca estimular nos jovens a consciência sobre o próprio tempo e suas escolhas. O objetivo é que crianças e adolescentes se desenvolvam como indivíduos críticos, capazes de interagir com o mundo digital sem se tornarem reféns dele.
Para saber mais sobre celular, visite https://www.techtudo.com.br/guia/2025/01/lei-que-proibe-celular-nas-escolas-tudo-que-voce-precisa-saber-a-respeito-edmobile.ghtml e https://www.cnnbrasil.com.br/educacao/proibicao-do-celular-na-escola-e-para-melhorar-a-aprendizagem-diz-mec/