09/04/2025
Mais de 6 milhões de crianças brasileiras apresentam excesso de peso, segundo dados recentes do Ministério da Saúde. Desse total, metade já vive com obesidade, uma condição que compromete o bem-estar, a qualidade de vida e o desenvolvimento integral desde a infância.
A alimentação desbalanceada é um dos maiores vetores desse cenário. Produtos ultraprocessados, como refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados e fast food, são cada vez mais presentes na dieta de crianças. Em muitos casos, substituem refeições caseiras mais nutritivas. Além disso, a introdução precoce de alimentos industrializados e o desmame antes dos seis meses podem acelerar o ganho de peso ainda nos primeiros anos de vida.
Ficar horas sentado assistindo TV, jogando videogame ou no celular também agrava o problema. A falta de movimentação reduz o gasto calórico, desequilibrando ainda mais a balança energética. É esse desequilíbrio entre o que se consome e o que se gasta que caracteriza a obesidade exógena — a forma mais comum entre as crianças.
O diagnóstico exige atenção de profissionais. O cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) infantil, adaptado para idade e sexo, é uma das ferramentas utilizadas. Exames laboratoriais e clínicos complementam a avaliação e ajudam a identificar riscos associados, como colesterol elevado, pressão alta e até diabetes tipo 2.
Não se trata apenas de um problema físico. Crianças com obesidade enfrentam maior risco de depressão, ansiedade, baixa autoestima e isolamento social. O bullying escolar, infelizmente ainda comum, acentua esses impactos emocionais.
Outro ponto que merece atenção é a queda no desempenho escolar. O excesso de peso pode dificultar a concentração, a disposição e a integração nas atividades em grupo. “A obesidade infantil interfere até mesmo nas relações interpessoais da criança, afetando a segurança e o rendimento acadêmico”, destaca Rosimeire Leme, diretora pedagógica do Colégio João Paulo I, de São Paulo.
A prevenção precisa começar cedo. Acompanhamento nutricional na gravidez, aleitamento materno, introdução correta de alimentos, horários definidos para as refeições e redução do consumo de industrializados são medidas que fazem diferença. Também é importante garantir momentos de atividade física no cotidiano da criança, com brincadeiras ao ar livre, esportes e menos tempo de tela.
“Não se combate a obesidade com dietas rigorosas, mas com orientação, paciência e bons exemplos dentro de casa”, orienta Rosimeire Leme. O envolvimento familiar é decisivo, principalmente quando o tratamento é necessário. Psicólogos, nutricionistas, médicos e educadores físicos devem atuar em conjunto, com foco em mudanças sustentáveis, respeito ao tempo da criança e incentivo ao autocuidado. Para saber mais sobre obesidade, visite https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021/junho/obesidade-infantil-afeta-3-1-milhoes-de-criancas-menores-de-10-anos-no-brasil e https://brasilescola.uol.com.br/saude/obesidade-infantil.htm