05/03/2025
A dependência do celular entre adolescentes tem se tornado um fenômeno preocupante, afetando não apenas a vida social, mas também o desempenho acadêmico e o bem-estar emocional. A nomofobia, termo que define o medo irracional de ficar sem acesso ao smartphone, é uma das consequências desse uso excessivo. Embora não seja considerada um transtorno mental, apresenta características semelhantes às dependências comportamentais, podendo gerar ansiedade, dificuldades de concentração e alterações de humor.
A adolescência é uma fase de intensas mudanças no cérebro, o que torna os jovens mais vulneráveis a estímulos de gratificação instantânea. O uso contínuo do celular ativa a liberação de dopamina, neurotransmissor associado à sensação de prazer, criando um ciclo vicioso de dependência. Além disso, os dispositivos móveis se tornaram uma ferramenta indispensável para a socialização, permitindo interações constantes por meio de redes sociais, jogos e mensagens instantâneas. "A tecnologia oferece muitas vantagens, mas o uso excessivo pode comprometer habilidades importantes, como a concentração e a interação social presencial", afirma Rosimeire Leme, diretora pedagógica do Colégio João Paulo I, de São Paulo.
Os sinais da nomofobia podem ser identificados no comportamento diário dos adolescentes. Ansiedade extrema quando o celular não está por perto, uso excessivo do dispositivo durante atividades escolares e familiares, insônia causada pelo uso prolongado antes de dormir e irritação quando o aparelho está descarregado são alguns dos indícios mais comuns. Além disso, estudos apontam que a simples presença do celular, mesmo desligado, pode reduzir a capacidade de concentração, dificultando o aprendizado e o desempenho acadêmico.
Para minimizar os impactos da nomofobia, pais e educadores podem adotar medidas que incentivem um uso mais equilibrado da tecnologia. Criar momentos sem telas, como durante as refeições, incentivar atividades offline e estabelecer regras claras para o uso do celular são estratégias eficazes. Monitorar o tempo de tela e dar o exemplo, reduzindo também o próprio uso excessivo de dispositivos eletrônicos, pode ajudar a criar uma cultura de consumo digital mais saudável. "É essencial que os jovens desenvolvam autonomia digital e aprendam a gerenciar o tempo de uso das telas de forma consciente", ressalta Rosimeire.
Nos casos em que a dependência do celular começa a comprometer significativamente a rotina do adolescente, pode ser necessário buscar a orientação de profissionais especializados, como psicólogos e psiquiatras. O equilíbrio entre o uso da tecnologia e as interações reais é essencial para um desenvolvimento saudável. Para saber mais sobre nomofobia, visite https://www.em.com.br/app/noticia/educacao/2023/03/17/internas_educacao,1470225/nomofobia-o-que-e-e-por-que-prejudica-tanto-criancas-e-jovens.shtml e https://lunetas.com.br/nomofobia-vicio-celular/